La Argentinidad no CINEMA

Friday, October 13, 2006


BREVE COMENTARIO
El camino de San Diego

Carlos Sorín já pode ser conhecido no Brasil, mais recentemente, através dos filmes Histórias minimas e O Cachorro (já em dvd no Brasil), ambos filmados em Fitz Roy, no sul da Argentina. Em El camino de San Diego, ultimo filme de Sorín, em cartaz em Buenos Aires, ele opta por sair da aridez do sul, para captar o verde do mato na região de Missiones, ao norte, na fronteira com o Brasil.

El camino de San Diego trata da história de Tatì Benitez, um simples serralheiro afixionado por Maradona, que ao achar uma raiz de arvore com alguns traços de Maradona, decide levá-lo ao museu do Boca Juniors. A rota do serralheiro muda a medida que ele é avisado de que Maradona havia sido internado em estado grave, por problemas cardiacos (fato este que aconteceu há alguns anos atrás). Ele decide então levar pessoalmente a Maradona o tronco. Porém, ao descobrir pela televisão que Maradona fugiu do hospital e estava jogando golfe em um clube, decide ir até este lugar.

Assim como em seus filmes anteriores, El camino de San Diego é um road movie, no qual Sorin continua utilizando atores não profissionais como protagonistas que buscam atingir o seu objetivo diante de um mundo que até então desconheciam (o que traz ainda mais intensidade ao relato, já que o protagonista assume o ponto de vista do público). O filme possui belos momentos, como é o caso do encontro deTati com várias pessoas do povo, que ao saberem no caminho do seu objetivo, pedem a ele para mandar um abraço a Maradona (Sorín sabe como poucos não se deixar envolver personagens do povo em estereotipos), ou então quando Tati sabe através da televisão que Maradona deixou o hospital (Sorín fecha o enquadramento no protagonista para mostrar o quanto é especial aquele momento que ele consegue ver Maradona, já que nem televisão ou rádio ele possuía em casa para acompanhar a trajetória do seu ídolo).

No entanto, o final do filme expõe a distância entre o sonho e a realidade, entre dois mundos distintos que são separados por um portão monitorado por diversos seguranças. Na sua busca por contar histórias mínimas, Sorín nos traz a oportunidade de conhecer personagens obstinados em conseguirem algo mesmo diante das mais improváveis situações (como não lembrar da busca de Don Justo Benedictis por seu cachorro, tendo que atravessar grande parte do sul, após ouvir de alguém que tinham encontrado um cachorro parecido com o seu), fator este que traz uma metáfora sobre a busca pela vida, onde o caminho se faz caminhando.

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